Pelas 05h da manhã, o altifalante da vila lançava a voz do líder a chamar a comunidade para “as rezas”! As mulheres em casa! Os homens, nas mesquitas!
E para mim… era um chamar, para ir ver o sol nascer no mar! Tinha que acelerar, o melhor é pelas 05:10!
Tens vontade que nunca acabe aquele cenário! O Mar turquesa que muitas vezes nos ofusca de tanta cor… torna-se num azul bebé claro. Puro! É suave o tom.. como se estivesse a desaparecer devagarinho. Vai deixando vir a cor.
O som do mar embala-te e acalma-te! Embala-te lentamente. É o som dos pequenos barcos que se movem, de forma lenta e delicada pelo movimento das ondas. Que são tão bebés que achas que só estão para te dar o som e te levar no imaginário do cenário.
O sol fura nas nuvens! Por vezes sai um ponto laranja, e aí vês que ele está mesmo em esforço. Quer aparecer!
Torna-se então um amarelo suave, que misturado com azul, forma um cenário rosa bebé na sua linha com o mar! Queres que nunca acabe este mar! Estas cores e este som, que é tão suave e bom, que te dá mais um bocadinho de paz no coração! Que bom!
Quando o sol fura e vence… é tão forte que cega a gente! Já não vês o mar! Parece que agora acordou. Já reduz o som. As ondas parecem tímidas! As pessoas começam a vir. As mulheres ficam a limpar as algas deixadas pelo mar, e os homens saíram para pescar!
Ele fica tímido e vai-se recolher (estamos em semana em que ele recolhe até ao recife de manhã, só volta a meio da tarde). Agora só o voltas a ver, quando o sol no seu pico, lhe voltar a dar toda a sua força e cor. Mas ele continua lá no fundo (recife) com as ondas mais fortes. Quando o sol voltar a baixar e na sua cama se recolher, ele vem… e vai deixar que eu os volte a ver, nascer!
Meu Bahari!
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